Por Jayme Fogagnolo Cobra
A medicina está tão intrinsecamente ligada à minha família que sempre sonhei em ser médico. Desde pequeno, já entendia que era uma carreira muito intensa, mas ao mesmo tempo tinha uma energia tão feroz que eu queria aquilo para a minha vida. Sou um apaixonado pela medicina.
Queria tanto que entrei na faculdade muito cedo, mas não pense que eu estou falando de vestibular. Quando era eu pequeno, meu avô, o Professor Dr. Castor Jordão Cobra, pegava meus primos e eu e levava para a Universidade de Mogi das Cruzes e ficávamos lá acompanhando o dia a dia dele, assistindo suas aulas. Meu pai também me levava, sempre à noite, em algumas de suas visitas aos hospitais. Lembro de acompanhá-lo em visitas médicas nos Hospitais Santa Catarina e Sirio Libanês. Naquela época, eu ainda criança, via aqueles edifícios antigos como grandes castelos sombrios…
Na verdade, nunca passou pela minha cabeça ser outra coisa, que não médico. Quando prestei medicina, a primeira faculdade que passei foi a Universidade de Mogi das Cruzes e foi um grande orgulho, mas eu sabia que precisava escrever a minha própria história e por isso resolvi seguir na Santa Casa de Misericórdia de São Paulo.
Ainda na faculdade, na disciplina de reumatologia, tive a honra de ser aluno do Prof. Dr. Francisco Russo. Numa avaliação havia me esforçado para fazer uma prova perfeita, sem erros, demonstrando todo o conhecimento que tinha acumulado até aquele momento. Quando saiu a nota, me decepcionei com o oito e meio recebido e questionei: “Prof Russo, minha prova está perfeita. Eu acertei tudo!”. E ouvi como resposta: “Sim, você acertou tudo mesmo, mas pelo seu sobrenome você tinha que ser mais do que perfeito, você tinha que ser brilhante”. Essa frase me marcou muito!
Por vir de uma família de médicos sofri as pressões e as consequências das decisões tomadas por meu pai, por meus tios e por meu avô. Os profissionais da área criaram certas expectativas e ansiedades, que impactaram diretamente a forma como eu construí a minha carreira. Desde cedo decidi que não ia chorar ou me lamentar por isso e que iria construir a minha própria trajetória, independentemente do caminho do meu avô, meu pai e meus tios, mas sempre carregando no coração os valores iniciados pelo meu avô e transmitidos pelo meu pai.
Se a vida é um encadeamento de escolhas, decidi elaborar um plano, uma estratégia para construir o meu caminho dentro da reumatologia.
Nesse desenho, escolhi olhar a medicina em todos os seus aspectos, do paciente ao hospital, da indústria farmacêutica aos planos de saúde. Ser médico nos dias de hoje não é mais o sacerdócio de antigamente, dos tempos do meu avô.
Resolvi estudar o setor de saúde de forma mais ampla, e não só a medicina, entender todos os stakeholders e aprender sobre um setor da nossa economia que gira mais de 600 bilhões de reais por ano, contando setor público e privado, e que gera em torno de 5 milhões de empregos em toda sua cadeia produtiva.
Decidi que manteria a tradição pioneira da família e que não faria isso sozinho. Criei um grupo de trabalho que presta serviços de reumatologia em nossas clínicas, em hospitais e por meio das novas tecnologias. E comecei a trabalhar para ser o melhor médico que puder, exercitando também um olhar empreendedor.
Hoje, estamos presentes em oito hospitais, localizados em São Paulo, região do ABC e Baixada Santista. Temos três clínicas de atendimento. Somos 42 médicos trabalhando juntos, 6 mil pacientes atendidos por mês.
O diagnóstico precoce e o nosso “jeito fora do comum” de tratar os doentes são a base para os nossos resultados clínicos favoráveis.
Eu tenho um orgulho enorme da trajetória da nossa família na medicina. O desafio hoje é continuar com viés inovador para permanecer na vanguarda, perceber as novas tendências e estar sempre atualizado. O médico sempre foi e deve ser sempre um pensador.
Um desafio enfrentado por todo profissional que busca a excelência.
Jayme Fogagnolo Cobra, Médico na Clínica de Reumatologia Prof. Dr. Castor Jordão Cobra.
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