Participação do Dr. Murillo no jornal da Record News para falar sobre Reumatologia e HIV
Por Cobra Reumatologia
No Dia Mundial de Luta contra a Aids a participação que o Dr. Murillo fez no jornal da Record News para falar sobre Reumatologia e HIV
Por Cobra Reumatologia
No Dia Mundial de Luta contra a Aids a participação que o Dr. Murillo fez no jornal da Record News para falar sobre Reumatologia e HIV
Por Cobra Reumatologia
O dia primeiro de dezembro é o Dia Mundial de Luta contra a Aids e o que poucas pessoas sabem é que pode ser importante que os reumatologistas componham a equipe multidisciplinar para o seu tratamento.
O Dia Mundial de Luta contra a Aids caracteriza-se não apenas pelo destaque das políticas de prevenção e combate ao preconceito, mas também pela conscientização sobre a qualidade de vida dos portadores da doença. Dessa maneira, é necessário entender como os portadores do HIV e sua forma manifestada, a Aids, podem ser suscetíveis às doenças reumáticas.
O corpo médico da pioneira e renomada Clínica de Reumatologia Prof. Dr. Castor Jordão Cobra mostra às pessoas portadoras de HIV e aos demais médicos especialistas as correlações existentes. Todos devem estar atentos a essa conexão para garantir o melhor tratamento e qualidade de vida aos pacientes. Segundo o Dr. Murillo Dório:
Há uma ampla gama de manifestações que podem ser associadas à lesão direta do vírus, aos mecanismos autoimunes secundários, à infecção e aos efeitos adversos das terapias antirretrovirais (TARV). A infecção causada por HIV desequilibra o sistema imune, causa a imunossupressão e 50% a 60% desses pacientes desenvolvem sintomas musculoesqueléticos, os quais são geralmente autolimitadas. Nas últimas décadas, devido ao avanço das TARVs, esses pacientes vêm mudando o perfil de manifestações clínicas, tendo menos infecções oportunistas e manifestações ligadas a agressão viral, e desenvolvendo mais doenças crônicas.
Dr. Murillo ainda fornece algumas dicas de manifestações que sugerem que a busca de um reumatologista pode ajudar os pacientes portadores de HIV:
Pode refletir uma fase aguda da infecção pelo vírus ou até mesmo um estado de imunossupressão mais profunda.
Pode indicar inflamação do músculo pelo vírus ou pela TARV, além de ser frequente o diagnóstico concomitante da Fibromialgia.
Pode indicar psoríase ou outras condições causadoras de artrite.
Pode indicar uma infecção por bactéria dentro da articulação, favorecida pelo estado de imunossupressão.
Indica a restauração rápida da imunidade, gerando manifestações de doenças autoimunes.
A última dica do Dr. Murillo para os pacientes é acompanhar de perto com seu médico o uso contínuo da TARV para a adoção de medidas de prevenção e tratamento de possíveis complicações relacionadas aos medicamentos (como a atrofia da gordura das bochechas e o aumento do ácido úrico).
Sobre o doutor: Compõe o corpo médico da Clínica de Reumatologia Prof. Dr. Castor Jordão Cobra, se formou em medicina pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) e fez residência médica na Clínica Médica e Reumatologia pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (HC-FMUSP).
Por Jayme Fogagnolo Cobra para Veja Saúde
Parece no mínimo paradoxal comemorar o Dia Nacional de Luta contra o Reumatismoem um país em que pode haver mais de 20 milhões de pessoas acometidas por doenças reumáticas e, segundo o Conselho Federal de Medicina (CFM), existem cerca de 2 400 especialistas disponíveis para atendê-las. O cenário fica pior quando pegamos dados do IBGE e da Previdência Social mostrando que os problemas reumáticos representam a segunda maior causa de solicitações de auxílio-doença e aposentadoria por invalidez no Brasil.
Para complicar, desse número total de reumatologistas citado acima, mais da metade se concentra em São Paulo e atende em consultórios particulares. Qual é o motivo de tamanha discrepância?
Primeiro, a falta de conhecimento sobre o reumatismo, termo que na verdade abrange mais de 120 tipos de doenças que podem estar ligadas a articulações, músculos, ligamentos, tendões ou ao próprio sistema imunológico. Falamos de um universo que compreende artrites, dores nas costas, tendinites e bursites causadas por esforços repetitivos e doenças inflamatórias autoimunes. E que engloba estudos bioquímicos e cruzamentos com outras especialidades.
Muitas vezes, a dor e o inchaço numa articulação vêm de um problema autoimune, por exemplo. Uma dor contínua nas costas pode ser o primeiro sintoma de uma condição chamada espondilite anquilosante. A questão é que essas doenças precisam de um reumatologista para fazer o diagnóstico precocemente. Em geral, as pessoas com esses sintomas procuram o ortopedista, que cuida mais de traumas. Nós, reumatos, é que tratamos das “ites” que têm causas inflamatórias. Em meio a essa busca equivocada, brasileiros ficam sem diagnóstico e tratamento adequados.
Outro mito em torno das doenças reumáticas é pensar que elas se restringem aos idosos. Não é verdade. Elas surgem em sua maioria por um mau funcionamento do sistema imunológico, podendo aparecer em qualquer idade e não acometer só as juntas. Assim, provocam dores e outros sintomas, além de abalar a qualidade de vida, inclusive em pessoas mais jovens.Continua após a publicidade
Um terceiro aspecto, e que reflete o que apontei há pouco, é que o acesso ao especialista, tanto no sistema público como no privado, ainda é muito difícil. Aprendi com os ensinamentos do meu avô, o professor Castor Jordão Cobra, um dos pioneiros nos estudos e no tratamento das doenças reumáticas no país, que a reumatologia deveria seguir um caminho democrático. Portanto, é importante consolidar serviços mais completos, que atuem também em hospitais e possam ampliar exponencialmente o acesso aos cuidados nessa área.
Inclusive em tempos de adversidade como o da pandemia de Covid-19. Quando o coronavírus chegou ao Brasil, os reumatologistas tiveram de assegurar e resguardar seus pacientes com respostas imediatas. Por isso, a minha equipe assistiu e leu inúmeras discussões de como o novo vírus poderia afetar pacientes em tratamento de doenças autoimunes. Assim como milhares de outros médicos ao redor do mundo, refletimos e elaboramos estratégias para protegê-los.
Nesse contexto, realizamos um estudo prospectivo com 100 pacientes em tratamento de doenças autoimunes desde o início da epidemia, que foram monitorados durante quatro meses. Mensuramos os anticorpos, testamos a presença do vírus e concluímos que durante o pico da pandemia os pacientes se comportaram como o restante da população. Nenhum deles evoluiu para um quadro grave ou precisou ser internado.
Dos 18 que foram infectados pelo Sars-CoV-2, quatro tiveram a doença de forma branda e 14 evoluíram assintomáticos. Os resultados dessa pesquisa, conduzida pela Clínica de Reumatologia Prof. Dr. Castor Jordão Cobra, a Dasa e o Hospital Santa Paula, se somam a outras evidências internacionais que guiaram a continuidade dos tratamentos de forma segura e embasada nesses pacientes.
Eu e todos os especialistas que participaram do estudo acreditávamos que mesmo com o pequeno número de 2 400 profissionais pelo país ainda podemos provar para essas mais de 20 milhões de pessoas que sim, somos poucos, raros, mas estamos aqui para servir e ampliar cada vez mais o acesso a quem sofre com essas doenças crônicas.
E vamos continuar nossos trabalhos e esforços para que qualquer pessoa acometida por uma doença reumática possa se sentir acolhida e segura, nutrindo a esperança de que um dia esses números se invertam e possamos oferecer uma assistência mais democrática.
* Jayme Fogagnolo Cobra é reumatologista, diretor da Clínica de Reumatologia Prof. Dr. Castor Jordão Cobra, em São Paulo, e líder de um grupo de mais de 40 médicos que atuam em oito hospitais da região Sudeste
Por Cobra Reumatologia
Estamos em pleno mês de combate ao suicídio e precisamos falar das causas de depressão que terminam em morte, é necessário cuidar do problema e evitar a consequência.
Por Jayme Fogagnolo Cobra
Eu já comentei aqui sobre algumas pesquisas que Camille e eu tivemos a oportunidade de participar com o Prof. Georg Schett, Chefe do Departamento de Reumatologia e Imunologia da Friedrich-Alexander Universität Erlangen-Nuremberg (FAU).
Nossa clínica é referência na área de reumatologia e sempre fomos conhecidos por aplicar métodos diferentes dos convencionais. Temos muito orgulho da nossa história, desde o princípio entendemos que a excelência no atendimento tem que andar de mãos dadas com a inovação. Por termos essa compreensão, valorizamos muito essa parceria Brasil – Alemanha. Nós sabemos que a reumatologia avança de forma exponencial e o nosso intuito é disponibilizar para os nossos pacientes o que há de melhor nos tratamentos.
Por ocasião do lançamento do livro sobre os 75 anos da Clínica que teve o prefácio escrito por ele, enviei algumas perguntas para o Professor Schett que eu agora aproveito para compartilhar com vocês:
Schett: Os avanços tecnológicos terão grande impacto no futuro da reumatologia, assim como em qualquer outra disciplina médica. Esses desenvolvimentos irão alimentar primeiro a pesquisa e, posteriormente, também afetarão a prática clínica.
A caracterização molecular de tecidos e células está melhorando rapidamente com a padronização e implementação de tecnologias de sequenciamento de mRNA, agora amplamente utilizadas e que levaram a novas ideias fundamentais sobre a anatomia e a função das células nas células imunológicas articulares e circulantes. Tais tecnologias permitem a análise do fenótipo de pacientes e de doenças de uma maneira aprimorada, com a esperança de definir novas doenças e endótipos de doenças de maneira molecular.
Um segundo grande avanço pode ser visto na imagem molecular. Foram desenvolvidas sequências de ressonância magnética que podem medir o metabolismo celular in vivo, além de agora também estarem disponíveis novas tecnologias de tomografia que possibilitam o rastreamento da ativação de moléculas específicas em humanos. Embora essas técnicas estejam longe do uso diário, elas ajudarão na evolução da pesquisa clínica, permitindo uma melhor definição das doenças e disponibilizando ferramentas adicionais para o diagnóstico de casos mais difíceis.
Finalmente, a pesquisa sobre reumatologia e o atendimento clínico serão afetados pela inteligência artificial. Por exemplo, o reconhecimento de padrões radiográficos sugestivos de artrite será uma área em que o reconhecimento de padrões desempenhará um papel enorme. Tais tecnologias, como o aprendizado de máquina, não irão se limitar a aspectos específicos dos dados dos pacientes, mas permitirão encontrar padrões (por exemplo, de risco) em todo o espectro dos dados clínicos dos pacientes.
Schett: Por diversas vezes nos últimos anos, tive a oportunidade de discutir e trocar opiniões com reumatologistas brasileiros de diferentes regiões do país. Tenho a impressão de que a reumatologia brasileira atual está bem conectada e fortemente ancorada tanto em centros acadêmicos como em clínicas.
Acredito que a forte representação da reumatologia na medicina no Brasil se baseia na liderança de pessoas muito dedicadas, responsáveis pela evolução da especialidade no país. A meu ver, não há dúvida de que a Família Cobra contribuiu substancialmente para o sucesso da reumatologia brasileira e para a situação em que se encontra hoje.
O Brasil possui uma comunidade de reumatologia muito ativa, representando tanto centros acadêmicos como clínicas. Os reumatologistas brasileiros são muito bem treinados e beneficiam-se de uma grande variedade de programas e iniciativas educacionais.
Além disso, a minha impressão é de que existe uma excelente cooperação entre os reumatologistas do país, o que é refletido, por exemplo, em coortes nacionais de pacientes. Portanto, posso afirmar ser muito otimista com relação à continuidade desse bom espírito na reumatologia brasileira e ao sucesso do campo nos próximos anos.
Schett: Meu conselho para os jovens médicos é ir além do sistema educacional padrão. Vá para o exterior por algum tempo e aprenda algo diferente, como uma nova tecnologia que você poderá aplicar posteriormente em seu trabalho. Pense em trabalhar com um especialista e um mentor que possam ampliar o seu horizonte e permitir que você saia da zona de conforto.
Jayme Fogagnolo Cobra, Médico na Clínica de Reumatologia Prof. Dr. Castor Jordão Cobra.
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Por Jayme Fogagnolo Cobra
Em geral, uma das principais queixas do doente reumático é a dor. Em busca de acabar com essa dor, é comum o paciente passar por alguns médicos, tentar alguma medicação, mas ainda não conseguir encontrar a solução para o seu problema. A dor crônica observada nas doenças reumáticas podem ser devastadoras para quem as sente. Imagine, então, como chega um paciente reumático em nosso consultório, tendo convivido com a dor há muito tempo?
A dor crônica é uma das principais causas de incapacitação para o trabalho, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). Segundo o protocolo do Ministério da Saúde, não há dados disponíveis no Brasil sobre a prevalência de dor crônica. Dados norte-americanos mostram que 31% da população têm dor crônica, acarretando incapacidade total ou parcial em 75% dos casos[i].
A reumatologia em si é uma especialidade muito complexa. Vários fatores podem causar dor, mesmo em pacientes que estejam com suas doenças em remissão, por isso o médico precisa exercer esse olhar sistêmico para ver o paciente como um todo. O reumatologista precisa ter habilidade de comunicação para traduzir essa complexidade em informações simples que ajudem o paciente a entender o que está acontecendo no corpo dele e como será o tratamento. Muitas vezes será preciso uma abordagem multidisciplinar e incluir parentes e amigos para oferecer uma rede de apoio, pois as doenças reumáticas podem impactar aspectos físicos, emocionais e sociais.
O atendimento de qualidade passa por acolher esse paciente e compreender como a dor está afetando a sua vida, principalmente porque a dor tem o seu componente de subjetividade. Por meio da conversa, precisamos entender seus hábitos e costumes para saber o que pode vir a contribuir ou a atrapalhar o seu tratamento. O paciente que vem para o consultório quer que você o trate como indivíduo e naquele momento ele quer a sua atenção total. Ele não quer se sentir como um número ou uma estatística.
Aqui na clínica, tudo o que fazemos é pensado para o bem-estar do paciente. O foco é sempre esse. Então, todos os detalhes, desde o recipiente de água, foi pensando no movimento que o paciente vai fazer, até as salas de atendimento no térreo para os pacientes com mobilidade reduzida.
Na reumatologia o tempo é um aliado importante. Um diagnóstico precoce auxilia no prognóstico favorável, inclusive na escolha e no tempo de tratamento. Para o controle da dor, o reumatologista pode indicar o uso de medicamentos e/ou terapias farmacológicas ou não, recomendando, inclusive, a atividade física. Sim, é possível um paciente reumático viver sem dor.
[i] Dor Crônica – Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas – https://www.saude.gov.br/images/pdf/2016/fevereiro/04/Dor-Cr–nica—PCDT-Formatado–1.pdf
Jayme Fogagnolo Cobra, Médico na Clínica de Reumatologia Prof. Dr. Castor Jordão Cobra.
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Por Jayme Fogagnolo Cobra
A medicina é uma área que tem aproveitado e muito dos avanços da tecnologia. Nesse artigo, eu trouxe um pouco sobre como as medtechs estão influenciando os sistemas de saúde. No entanto, nenhum avanço substitui a importância de um exame físico minucioso, a boa propedêutica. Nada é mais relevante que a relação entre médico e paciente.
Atualmente, os protocolos de atendimento e conduta médica se multiplicaram pela medicina. Eles são a forma encontrada para ter um mínimo de padronização das consultas, dos tratamentos, inclusive para determinar diagnósticos aportar mais segurança, confiabilidade e sob certo ponto de vista, credibilidade. Nas unidades básicas de saúde são utilizados como ferramenta de organização da demanda. Além disso, eles apoiam os médicos na tomada de decisão, porque carregam em si o embasamento dos estudos clínicos, das evidências e até de experiências anteriormente comprovadas. Por isso, o desenvolvimento é trabalhoso.
Os protocolos também foram criados para diminuir a diferença entre as condutas técnicas dos profissionais e minimizar as possibilidades de erro. Mas a prática da medicina não pode se limitar apenas ao conhecimento e aplicação dos protocolos, isso seria bastante limitado e superficial. Não se justificaria todo o investimento para a formação do médico se a profissão fosse apenas isso. O exercício da medicina é muito mais do que isso. Um bom médico tem que ir além, deve ter o embasamento científico e saber aplicá-lo, associando sua experiência e inteligência com o foco no o bem-estar do paciente, observando sempre também o sistema de saúde onde está inserido.
Aqui na Clínica de Reumatologia Prof. Dr. Castor Jordão Cobra essa visão já está fixada em nosso DNA. É assim desde a época do meu avô, ainda mais em razão da nossa especialidade. Na reumatologia, os exames subsidiarios avançaram muito e são importantes em muitas situações mas estão longe de serem soberanos. As informações que o paciente pode nos dar por meio da anamnese minuciosa e exame físico detalhado, para nós, tem muito mais valor do que uma parafernalha de exames que muitas vezes só oneram o sistema de saúde.
Por vezes comparamos o corpo humano à uma máquina perfeita, mas essa visão mecanicista causa um distanciamento em relação ao paciente. Falar em humanização do atendimento é resgatar a importância do diálogo, quando necessário é preciso envolver a família e entes mais próximos, é considerar o paciente como um todo e não só a doença que está ali para tratar.
Na reumatologia lidamos com pacientes que muitas vezes já passaram por vários médicos de outras especialidades e que estão sofrendo com uma dor que afeta sobremaneira sua qualidade de vida e produtividade. É preciso acolher essa pessoa para compreender seus medos e ansiedades, realizando um grande exercício de empatia para assim poder ajudá-lo com eficiência.
Sei que o acesso à saúde no Brasil sofre as mesmas desigualdades que vemos em nossa sociedade. O país é muito grande e os recursos são limitados. Muitos médicos, assim como os outros profissionais de saúde, sofrem com a falta de condições para oferecer o seu trabalho de maneira adequada, muitas vezes enfrenta múltiplas jornadas, atrasos de salários e falta de insumos básicos. Não estou alheio a esse cenário, mas quando falamos de humanização do atendimento é disponibilizar aquele momento de atenção, é ter uma escuta ativa a respeito do outro, é oferecer apoio e transmitir segurança e confiança a respeito das suas recomendações. É realmente ver a pessoa que está na sua frente.
Jayme Fogagnolo Cobra, Médico na Clínica de Reumatologia Prof. Dr. Castor Jordão Cobra.
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Por Jayme Fogagnolo Cobra
Passando os olhos rapidamente, esse título parece conter um paradoxo: como uma tecnologia de atendimento virtual aproxima as pessoas?
A verdade é que se tem uma lição que essa pandemia trouxe para a nossa sociedade é que nós não precisamos estar fisicamente juntos para estar perto. Esse “novo normal” se aplica também a relação médico-paciente.
No artigo passado, eu comentei sobre o déficit de profissionais de saúde no Brasil e falei mais especificamente sobre os reumatologistas. Essa situação não é de hoje. No livro que conta a história da nossa Clínica, vocês podem ver fotos do meu avô atendendo por telefone em meados da década de 1950/1960. Vale lembrar que nessa época telefone era caríssimo e estava disponível para poucos. E por que ele fazia isso?
Porque já nessa época tínhamos pacientes que vinham se tratar na Clínica de todos os cantos do país. O que valia no passado, ainda é válido para os dias atuais: o início do tratamento reumatológico precisa necessariamente de consultas presenciais, porque toda informação que o paciente nos dá é relevante. É importante conhecermos sua história, seus hábitos, e entender suas queixas. Vamos aliar a boa anamnese com os exames clínicos – esses sim avançaram bastante – para formar um diagnóstico e dar início ao tratamento. Com o paciente estabilizado podemos fazer o acompanhamento a distância. Meu avô fazia por telefone. Hoje, com recursos variados, isso se chama telemedicina.
Eu já comentei em diversos artigos que nós, médicos, não podemos esquecer das desigualdades do Brasil. Somos um país em desenvolvimento. Não podemos nos dar ao luxo de incinerar recursos financeiros, principalmente na saúde (seja no setor público ou privado). Precisamos usar a tecnologia a nosso favor. O Conselho Federal de Medicina alterou em março a resolução que trata da telemedicina em caráter excepcional. Espero que esse grande teste que está sendo esse período de pandemia, permita mudar o pensamento de parte da classe médica que via essa modalidade como uma grande ameaça.
As plataformas de telemedicina nos permitem fazer consultas ambulatoriais, triagem, monitoramentos especiais, suporte assistencial, fazer alterações e/ou adaptações na prescrição médica. Ou seja, é uma forma de otimizar tempo e recursos dos médicos e dos pacientes.
Ganha o paciente que consegue sanar suas dúvidas e compreende melhor o andamento do tratamento. Ganha o médico que tem como objetivo principal oferecer os melhores recursos terapêuticos para o seu paciente e diminui as chances do paciente interromper o tratamento no meio. E ganha o sistema pois um paciente tratado adequadamente evita complicações e sequelas no futuro.
Jayme Fogagnolo Cobra, Médico na Clínica de Reumatologia Prof. Dr. Castor Jordão Cobra.
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Por Jayme Fogagnolo Cobra
A principal razão para a ênfase nas medidas de isolamento social durante a pandemia é para evitar o colapso dos sistemas de saúde dos países. De modo geral, os sistemas são planejados para atenderem um determinado número de pacientes ao longo de um período estipulado. Ocorre que em momentos de crise como o que estamos vivendo, muita gente fica doente ao mesmo tempo sobrecarregando o sistema até o colapso.
Não basta levantar e equipar hospitais de campanha. É preciso pessoas para operá-los. Não falo só sobre médicos, mas principalmente os profissionais enfermeiros, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, farmacêuticos, entre outros. Saúde não se faz sozinho, na maior parte dos casos, como em UTIs por exemplo, é necessário trabalhar com equipes multidisciplinares. O Brasil ainda tem um problema adicional que é a diferença regional diante de nossas dimensões continentais. Muitos de vocês devem ter visto a dificuldade para contratar profissionais de saúde para os hospitais de campanha em alguns estados.
É preciso dizer que outros países também enfrentam esse mesmo problema. Segundo Relatório lançado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), o mundo conta com 28 milhões de profissionais de enfermagem e ainda assim tem um déficit de quase 6 milhões de enfermeiros. Aliás, saúde e bem-estar é o terceiro Objetivo do Desenvolvimento Sustentável (ODS) e um de seus desdobramentos é: “aumentar substancialmente o financiamento da saúde e o recrutamento, desenvolvimento e formação, e conservação do pessoal de saúde nos países em desenvolvimento”.
Trazendo dados do Brasil, a pesquisa “Demografia Médica no Brasil 2018”, mostra que o país tem mais de 450 mil médicos, o que significa 2,18 médicos por mil habitantes. Entretanto, quando falamos da reumatologia mais especificamente, essa mesma pesquisa mostra que há no Brasil apenas 1,15 especialista por 100 mil habitantes, sendo que 54,8% estão concentrados na região sudeste, como vocês podem ver no mapa abaixo.
Na reumatologia, o diagnóstico precoce faz muita diferença no resultado clínico e nos custos envolvidos com o tratamento. Quando olhamos para esses números, percebemos que para muitos brasileiros essa opção não existe, pois essas pessoas simplesmente não têm acesso ao reumatologista.
Nós somos referência na área há mais de 7 décadas e queremos ajudar a diminuir o problema, dar a nossa contribuição para a comunidade médica e para a sociedade. Estamos trabalhando em materiais para levar informações das doenças reumáticas para médicos clínicos gerais, médicos da família e de outras especialidades em todo o Brasil. Assim ao examinar um paciente, médicos generalistas podem identificar os primeiros sintomas de uma artrite reumatoide por exemplo. Em breve, escreverei mais sobre essas novidades.
Além disso, eu acredito que o acesso ao reumatologista e a outros especialistas tende a ser ampliado por meio das plataformas de telemedicina. Nessa pandemia, elas ficaram mais populares, pois oferecem a possibilidade da consulta médica sem que o paciente precise se deslocar. Mas a verdade é que essas ferramentas também podem auxiliar a discussão de casos de médicos em todo o país, permitindo que os profissionais de saúde possam consultar uma segunda opinião ou um especialista que não está presente em sua região.
Jayme Fogagnolo Cobra, Médico na Clínica de Reumatologia Prof. Dr. Castor Jordão Cobra.
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Por Jayme Fogagnolo Cobra
Nossa clínica é referência na área de reumatologia e sempre fomos conhecidos por aplicar métodos diferentes dos convencionais. A qualidade do atendimento e a inovação fazem parte do nosso DNA. O diagnóstico precoce e o nosso “jeito fora do comum” de tratar os doentes são a base para os nossos resultados clínicos favoráveis e como ficamos conhecidos ao longo dos nossos 75 anos de história. Para chegar a esse marco conciliamos a pesquisa e o atendimento, a inovação e o tratamento, a comprovação científica e a gestão.
Convido vocês a fazer um exercício de olhar para a história. Até o final da década de 90, ainda era defendido o uso de um único remédio para o tratamento de doenças reumáticas com artrite reumatoide por exemplo. E, caso se optasse por outro medicamento, o primeiro seria suspenso e o segundo prescrito de forma sequencial ao anteriormente utilizado.
Aqui na clínica nossos conceitos e estratégias de tratamento eram diferentes. Isso foi sendo passado de geração para geração, começando com meu avô, o Prof. Dr. Castor Jordão Cobra: “para cada doente, quantos remédios forem necessários, em doses baixas, e em combinação”. Para nós, a dosagem personalizada e a associação de diversos medicamentos, com diferentes mecanismos de ação sempre foram relevantes e determinantes para os bons resultados clínicos alcançados, mas principalmente quando aplicados precocemente nas doenças reumáticas, daí a importância do diagnóstico precoce.
“Para cada doente, quantos remédios forem necessários, em doses baixas, e em combinação”
Prof. Dr. Castor Jordão Cobra
Uma outra característica que mantemos no nosso dia a dia é o trabalho em conjunto com o objetivo de compartilhar nosso conhecimento, permitindo a troca e o aprendizado e experiencias entre os médicos. Somos especialistas em reumatologia, mas viemos de diferentes escolas, com linhas de pesquisa diferentes. A medicina é uma ciência, mas não é apenas isso, sofre a influência de diversos fatores, ter a oportunidade de receber os aportes de outros pontos de vista pode complementar um raciocínio clínico. Essas trocas enriquecem o conhecimento prático do médico e quem sai ganhando é o paciente.
Esse compartilhamento de conhecimento ocorre também nos hospitais onde estamos presentes. Atualmente, contamos com mais de 40 médicos, atuando em 8 hospitais em São Paulo, Baixada Santista e ABC Paulista, realizando mais de 6 mil atendimentos por mês. Quando temos diante de nós um paciente queremos conhecê-lo a fundo, conhecer sua história e a história do seu sofrimento. As informações narradas pelo paciente têm muito valor, assim como o exame físico minucioso, a boa propedêutica. Ressalto assim, a importância do médico, do clínico e da humanização no atendimento, fatores essenciais para se chegar a diagnósticos precoces de doenças potencialmente devastadoras .
Jayme Fogagnolo Cobra, Médico na Clínica de Reumatologia Prof. Dr. Castor Jordão Cobra.
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